segunda-feira, 11 de maio de 2015

Invenções

Eu te inventei. Com todos os teus lagos, flores, luas, estrelas, galáxias e buracos negros.
Eu te inventei com todas essas crateras, vulcões e placas tectônicas que se esbarram quase sempre.
Eu inventei o que tens de doce e a tua amargura, inventei esses teus olhos bonitos que, vez ou outra e mesmo você não sabendo, desabam sobre mim e são capazes de me desnudar inteiro, de expor minha alma, minhas fraquezas e muralhas. 
Eu inventei teus braços e abraços para que estes me abrigassem dos dias de chuva e dos dias de sol, pra que estes me abrigassem de mim nos dias em que eu tento, em vão, escapar do meu próprio corpo. Inventei que teu peito seria o espaço perfeito pra mim. Inventei que sem ti não existe luz e nem mesmo sombra. Inventei que sem ti não existe nada.
Eu inventei que a distância que nos separa seriam passos, quando na verdade são milhas que separam teu corpo do meu. E inventei nunca me importar em mudar meus dias para estar contigo.
Inventei nosso amor. 
Inventei nossos beijos, nossas transas. Inventei que eu morava, pequenino, num espaço que acreditei existir no teu coração. 
Inventei a eternidade e me esqueci que as invenções são apenas desejos lancinantes e não verdades.
Esqueci de te avisar das minhas invenções e então descobri que tuas invenções nunca foram comigo.

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