Então você abre uma página em branco e suspira pois há
tempos não existiu inspiração para voltar a escrever.
É engraçado sentir essa necessidade de colocar em palavras
algumas coisas que nem sempre eu consigo entender, pois costumo ser das pessoas
que pensam demais e não dizem nada. Mas às vezes é preciso sair da zona de
conforto pra encontrar em você mesmo as respostas para as perguntas que sempre
pairam em minha própria mente.
E se eu te contasse, querido papel em branco à qual escrevo,
que algo me prendeu? Algo não, um olhar! E o mais engraçado deste olhar é que
eu me identifico com ele, apenas não me pergunte por quê.
É um olhar que brilha e isso faz toda diferença. Um olhar
que tem segredos e que me fazem desejar mergulhar neles pra revelá-los e
desvenda-los. É como se fosse os olhos dizendo com palavras as eternas loucuras
que meus ouvidos anseiam um dia escutar. É como se algo ali me chamasse e me
chamasse para ser seu. Loucura? Talvez! Mas como costumo dizer, insanidades
mudam o mundo e porque não mudariam a minha vida?
E o sorriso? Aberto, gostoso, convidativo, daqueles que você
deseja estar perto pra compartilhar de tal momento. O sorriso que eu morreria
se recebesse pela manhã ao acordar ou ao anoitecer antes de dormir. O sorriso
que um dia diria ‘sim’ pra mim.
Às vezes eu paro e vou ver algumas fotos. Então fico
desenhando com os olhos o contorno da sua boca e do seu sorriso torto e tento
desvendar nos meus pensamentos o que me prendeu a ele de forma tão rápida e
singela, mas desisto no meio do caminho, pois sei que esta resposta eu
descobrirei com o tempo, tempo este que me trouxe ele tão rapidamente e
inesperadamente.
Você deve estar se perguntando papel em branco (agora não
mais tão branco assim), quem é ele? Eu te digo: ele é a utopia, ele é esperança,
ele é sonho, ele é presença, ele é algo que pode marcar assim como pode passar,
mas sinceramente, eu espero que ao abrir a porta ele decida ficar.